segunda-feira, setembro 01, 2008

Não fecha: Infraero no Castro Pinto nega boatos; ‘Não sei de onde surgiu isso’


Corre em João Pessoa o boato, reforçado por um vereador da Capital, de que o Aeroporto Castro Pinto estaria na iminência de fechar as portas. Isso aconteceria tão logo fosse concluída a duplicação da BR-101. Mas de acordo com o superintendente da Infraero na Paraíba, Adilson Pereira, a informação não faz o menor sentido, até porque se o número de passageiros fosse o fator determinante, muitos outros aeroportos nordestinos já deveriam ter sido fechados.

“Não sei de onde surgiu isso, em apenas três anos saltamos de 2 mil passageiros por ano para 500 mil. Em Campina Grande são 40 mil e ninguém nunca pensou em fechar o terminal. Não há a menor possibilidade de isso acontecer”, garante Pereira. Além do mais, ele lembra que a duplicação da BR não compreende o trecho até o aeroporto, então embarcar em Recife só faria os passageiros enfrentarem enormes engarrafamentos quando chegassem no Bairro da Macaxeira, que dá acesso ao terminal.

Ele disse ainda que o fato de um outro vôo ser retirado é normal dentro de uma economia de mercado, mas com a mesma velocidade que vôos são retirados outros são acrescentados. Além do mais, o Castro Pinto é um ponto de apoio para aeronaves e tem várias outras funções, o embarque e desembarque são apenas duas delas.

Para Pereira a competição com o aeroporto de Recife se torna desleal não pela conclusão da estrada e sim por um fator importantíssimo: o preço. Pereira citou o caso de um familiar que foi consultar a tarifa de passagens para Manaus. Enquanto embarcar em Recife custa R$ 800,dependendo do horário cai para R$ 600, sair de João Pessoa, que inclusive é mais perto do destino, sai por R$ 1.100. Com os R$ 300 de diferença daria para ir e voltar de táxi do Recife e ainda sobraria.

“A sociedade deveria cobrar das companhias aéreas, que é onde está a base do problema. Não adianta tentar curar uma infecção combatendo apenas os sintomas, tem que matar a bactéria. Não adianta investir no aeroporto se as empresas não colaboram. Os próprios agentes de viagem recomendam aos passageiros o embarque do Recife, essa mentalidade precisa ser mudada”.

Pereira diz que a sociedade precisa exigir tarifas menores e assim os vôos viriam naturalmente, já que uma viagem até Recife para pegar um avião envolve gastos e desgastes, como enfrentar o trânsito de Recife infernal nas imediações do aeroporto.

Fonte: Mônica Melo - WSCOM Online