quinta-feira, novembro 04, 2004

Demissão de Viegas pode desacelerar conclusão do plano de reestruturação do setor aéreo

Na manhã de hoje (04/11), o secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, Ricardo Kotscho, divulgou nota à imprensa dizendo que Lula aceitou o pedido de demissão do ministro da Defesa, José Viegas, encaminhado no último dia 22. O presidente nomeou para o cargo o vice-presidente da República, José Alencar, que assume na próxima segunda-feira, dia 8, às 11 horas, no Palácio do Planalto.

Com a demissão, o processo de negociação entre Governo e companhias aéreas pode desacelerar. Ainda não se sabe se as decisões tomadas na reunião de ontem (03/11), comandada pelo Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, serão alteradas. Tinha ficado decidido que o Governo anunciaria na semana que vem o plano de reestruturação do setor aéreo, que poderia, inclusive, ser feito através de uma Medida Provisória.


A deputada Yeda Crusius, coordenadora do Grupo Parlamentar em Defesa da Varig, já solicitou o agendamento de uma reunião com o novo ministro, José Alencar, para a semana que vem. O encontro está sendo intermediado pelo senador Marcelo Crivella, que assim como o vice-presidente, é do PL. Segundo Yeda Crusius, "Viegas vinha conduzindo bem o processo. Só temos a perder com sua saída".


O motivo do pedido de demissão foi uma nota publicada na imprensa, no último dia 17, assinada pelo Exército Brasileiro, comentando a aparição de fotos de tortura no DOI-Codi de São Paulo. Segundo Viegas escreveu em sua carta-demissão, a nota representa "a persistência de um pensamento autoritário e anacrônico, incompatível com a vigência plena da democracia e com o desenvolvimento do Brasil no século XXI". "É inaceitável que a nota use incorretamente o nome do Ministério da Defesa em uma tentativa de negar ou justificar mortes como a de Vladimir Herzog", afirmou.

Fonte: Folha do Turismo