O presidente da Tap, Fernando Pinto, está indicado como candidato único para ser o novo presidente do Conselho da Association of European Airlines - AEA, em eleição que acontecerá no próximo dia 12 que referendará seu nome. Será a primeira vez que um brasileiro ocupará o cargo da Associação que reúne 35 empresas européias.
- Meu nome foi o único indicado para o cargo, o que me deixou muito honrado. Sei que é um novo desafio, mas só tomarei posse no próximo ano. O período de gestão é de 12 meses, e meu nome ainda precisa ser referendado pelo Conselho, lembrou ele.
Sobre o novo desafio, o presidente da Tap apontou como as principais preocupações da aviação européia, o controle do tráfego aéreo que precisa de aperfeiçoamentos "gerando esperas longas nos aeroportos por parte dos passageiros". Ele citou ainda o congestionamento nos aeroportos "dado o crescimento das empresas de low cost", e as novas discussões sobre a abertura do espaço aéreo europeu para o mercado norte-americano "de forma a gerar ganhos para os dois lados".
Em palestra realizada hoje (08/11) na Câmara de Comércio Americana, no Rio de Janeiro, o presidente da Tap, lembrou as dificuldades para tornar a Tap uma empresa rentável. "Foi fundamental o envolvimento e colaboração de todos os setores e funcionários da empresa na execução deste plano de sobrevivência da companhia".
Fernando Pinto falou ainda da expectativa sobre acordo de code-share com a Varig "de forma a levar a empresa a dobrar em três anos o lucro operacional, chegando a 30 milhões de euros/ano". Ele disse que não está preocupado com a situação econômica da Varig e que está certo de que haverá uma solução.
Sobre os benefícios operacionais do code-share com a Varig, ele acredita ser benéfico para os dois lados. "A Varig ganha um importante ponto de apoio no Nordeste para vôos rumo a Europa e a Tap abre novos nichos de mercado na região sul e América do Sul, beneficiando os passageiros de ambas as companhias. Este é o início da nossa entrada no Star Alliance e também no mercado que considero dos mais importantes que é o Brasil. Passamos a contar com uma melhor distribuição para destinos no Brasil e América do Sul".
Fernando Pinto ressaltou que será importante abrir para o mercado europeu destinos como a região Norte. "Junto com a Varig estamos operando Belém e já estudando a possibilidade também de Manaus, num futuro próximo. O ecoturismo tem um apelo muito forte para o turista europeu".
Com o code-share, a Tap passa a contar com mais sete frequências (operadas pela Varig) para o Brasil totalizando 45. Fernando Pinto acredita que a empresa feche o ano com um lucro de 15 milhões de euros.
Sobre a privatização da Tap, Fernando Pinto disse que o processo já teve início "e só trará benefícios para a companhia, pois permitirá novos investimentos por parte do setor privado e maiores facilidades de negociações".
Fonte: Mercado & Turismo