O ministro do turismo, Walfrido dos Mares Guia, acaba de divulgar, em Brasília, o 3º Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, relativo ao segundo trimestre de 2004, que aponta uma expectativa dos empresários dos diversos segmentos para um crescimento de até 41% neste ano, em relação ao ano passado.
Mares Guia destacou a importância do turismo como um fator de desenvolvimento econômico e social. "Nossa expectativa é de criação de 200 mil novos empregos com o turismo", disse. Ele voltou a ressaltar o incremento de 47% na entrada de divisas no país por meio dos turistas estrangeiros no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado e o crescimento dos desembarques internacionais no Brasil de 17,9% também no primeiro semestre.
A pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas entrevistou 821 empresas dos diversos setores, em 25 estados, inclusive o Distrito Federal, utilizando uma amostra de R$1,5 bilhão no movimento das vendas e verificando um total de 24.802 postos de trabalho fixos em julho deste ano.
No segmento da hotelaria, os empresários têm uma expectativa de expansão de 8,58% para o 2º semestre deste ano, com uma evolução do faturamento da ordem de 63%, significando uma absorção de 10% a mais de mão-de-obra, apesar da redução de 11% nos postos de trabalho no 2º trimestre. Os preços estiveram estáveis no período, mesmo com o aumento em 60% no custo operacional. Além disso, esperava-se uma redução no número de quartos vendidos, mas houve estabilidade. A expectativa para o terceiro trimestre é de uma expansão nas vendas de 54%.
Já no setor das agências de viagens, destaque para uma expectativa dos empresários de crescimento do faturamento na ordem de 98% no segundo semestre do ano, em relação ao primeiro, com uma expansão média de 11,61%. Mesmo assim a ampliação de mão-de-obra fica com tímidos 9%, com a verificação de uma significativa queda (30%) nos postos de trabalho no 2º trimestre. As vendas de pacotes cresceram 58% no 2º trimestre e as perspectivas são de um crescimento ainda maior no 2º semestre (96%). O comissionamento dos agentes cresceu 47%, o custo dos serviços, 17% e os preços dos pacotes, 14%. A situação dos negócios piorou no 2º trimestre, quando 90% dos entrevistados apontaram estagnação ou queda nos negócios.
No mercado de eventos, os empresários acreditam em uma expansão de 19,39% no 2º semestre deste ano, com uma elevação do faturamento de 46%, e incremento nas contratações de pessoal de 17% para fixos e 28% para temporários. Os negócios estão 61% em expansão, com um aumento de 51% no número de eventos no 2º trimestre, o que vislumbra uma absorção de 42% de mão-de-obra o semestre. O faturamento cresceu 45% e os custos operacionais subiram 71% no 2º trimestre do ano.
Os empresários do setor da operadoras apontam um aquecimento de 41,9% no mercado para o 2º semestre, com uma grande expansão do faturamento em 90%, mas que não significa crescimento do quadro de pessoal: apenas 1% para cargos fixos e 6% para temporários. Os preços cobrados aos clientes ficaram estáveis e não se esperam alterações nos preços, comissionamentos e custos operacionais. Estão em situação estável ou em dificuldade 76% dos negócios, o que é um alerta para o setor. O número de pacotes vendidos cresceu em 15% no 2º trimestre, com expectativa de estabilidade no 3º trimestre.
O turismo receptivo está dividido quanto aos prognósticos: metade dos empresários acredita em expansão, contra outra metade que crê em retração no 2º semestre. As vendas de pacotes caíram 19% no 2º trimestre, mas as perspectivas são de um crescimento de 22% no 3º trimestre. Houve uma redução de 39% nos postos de trabalho, com 79% das empresas do setor indicando estarem em dificuldade ou estagnação. Os preços dos pacotes aumentaram em 48%, enquanto os custos subiram 77% no 2º trimestre, com previsão de estabilização no 3º trimestre.
No setor de restaurantes, 86% dos empresários prevêem crescimento no 2º semestre, com expansão moderada de 11,23%. A expectativa é de aquecimento de 45% nos negócios e na geração de mais 17% de postos de trabalho. A freqüência de clientes caiu 2% e a expectativa é de um crescimento de 34% no 3º trimestre. O custo operacional aumentou em 67%, mas o preço médio cobrado não superou 5% de aumento.
Fonte: Folha do Turismo