quinta-feira, outubro 14, 2004

A Teoria e Prática do Turismo

(Retirado do jornal Correio da Paraíba)

O grande desafio do turismo, em particular o paraibano está em conciliar a teoria e a prática. Dizer que nossa natureza é privilegiada e nossos os eventos, vocacionados para o sucesso, é recair no lugar comum. Isso é óbvio. Contar apenas com a divulgação destas realidades para atrair turistas e divisas é "que são elas". Figurar em cadernos de grandes jornais nacionais não basta.


Campina Grande e o Compartimento da Borborema por exemplo - apesar de não possui praias tem eventos que em tese garantiriam a manutenção de um fluxo permanente e considerável de visitantes. Mas isto não acontece a contento, mesmo com o potencial e fama. Municípios como Cabaceiras recebem turistas angariados pelo vizinho estado do Rio Grande do Norte.

O maior São João do Mundo - evento de vulto internacional poderia obter índices muito maiores de visitação e o Encontro Para a Nova Consciência, um dos eventos de maior diferenciação no cenário nacional, ressente-se de maior divulgação. Todas estas coisas acontecem porque o problema é embrionário. O turismo ainda é tratado de forma superficial e até certo ponto contraditória.

Campina Grande é conhecida como a cidade do algodão colorido e do Natural fashion, mas estão no Mato Grosso do Sul, as maiores plantações do algodão. Campina Grande ganhou prestígio com a realização do Festival Nacional de Violeiros, e atualmente, tenta correr atrás do prejuízo, já que a grande meca dos violeiros estabeleceu paragem na pernambucana São José do Egito.
Afora estes contra-sensos, a Paraíba como um todo, e inclusive João Pessoa é prejudicada com esta superficialidade. As praias de Tambaba e do Jacaré, com o seu famoso pôr-do-sol vira e mexe estão na grande mídia, mas o dólar e o euro continuam sem dar as caras mesmo na alta estação. O destino do turismo estrangeiro e da terceira idade - ou seja, do visitante que realmente deixa divisas para o Estado, continua sendo Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará.

Texto de Fernanda Souza na coluna "Informe Campina", do jornal Correio da Paraíba.