Sindicatos aproveitam condecoração do presidente da aérea para tornar público seu plano. Os dirigentes sindicais das entidades filiadas à Federação Nacional dos Aeronautas, Aeroviários e Aeroportuários (FNAAA) lançaram ontem no Rio o Projeto de Reestruturação do Setor Aéreo (PReSA), documento construído pelos trabalhadores para a reestruturação da Varig e de outras empresas do setor que atravessam dificuldades financeiras.
O projeto, que já havia sido encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Defesa, José Alencar, agora será divulgado para o grande público. "O objetivo é mostrar à sociedade o problema pelo qual a empresa está passando, Achamos que a discussão é ampla e não deve ficar restrita ao âmbito dos gabinetes", comenta o presidente da federação, Celso Klafke. O lançamento foi feito na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), durante cerimônia de entrega da Medalha Tiradentes ao presidente da Varig, Luiz Martins.
Começo pelo Sul
Na segunda-feira, jornais de Porto Alegre circularam com publicidade sobre o PReSA. O esforço de divulgação seguirá para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. O PReSA propõe a integralização de todas as dívidas da empresa, tanto com seus funcionários, fornecedores, como também com o governo. Para isso, no entanto, o documento defende a renegociação do perfil desta dívida, com um prazo de dezoito anos para o seu pagamento.
Linha de crédito
O projeto propõe, ainda, a abertura de uma linha de crédito de US$ 75 milhões junto ao BNDES, que seria utilizada para a renovação da sua frota. A previsão dos sindicatos é de que a Varig economizaria US$ 50 milhões por ano em combustível e manutenção com aviões novos. "O crédito poderia ser inteiramente pago em um ano e meio", diz Klafke. O PReSA também defende que a gestão da Varig, administrada pela Fundação Ruben Berta, deveria caber aos trabalhadores da empresa.
Demissões
"O que queremos mostrar é que a proposta do governo e dos credores vai resultar em demissões. Queremos evitar isto", conclui Celso Klafke. Outra reivindicação dos trabalhadores é a redução tarifária para o setor e redução de preços do querosene de aviação.
Fonte: Gazeta Mercantil