O ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar, negou ontem que o governo federal poderia fazer uma intervenção imediata na Varig. Ele disse que nenhuma solução para o problema será anunciada este ano. "Medida provisória só existe depois de assinada pelo presidente da República e encaminhada ao Congresso Nacional", afirmou.
As declarações do ministro foram feitas um dia após o presidente da Infraero, Carlos Wilson, ter comentado que o governo estaria prestes a intervir na companhia. Ontem, a deputada Yeda Crusius (PSDB/RS) propôs a criação de um regime de administração temporário da aviação civil, o Proar, que recorreria ao mercado de títulos públicos para um encontro de contas entre a União e as companhias.
A proposta prevê que o regime especial seria adotado a critério do Conselho de Aviação Civil quando a situação operacional, financeira e econômica da companhia aérea acarretar risco à regular e contínua prestação de serviço. O Proar define também que os créditos de fornecedores sem garantias, sujeitos a regime especial, serão beneficiados, se os serviços forem mantidos.
O ministro José Alencar recebeu a proposta e ficou de analisar o Proar. Ele classificou como boa a sugestão apresentada pelo deputado Beto Albuquerque (PSB/RS), de transformação dos créditos devidos pela Varig em ações, por meio de um acordo entre o devedor e os credores. Segundo Albuquerque, a conversão dos créditos em ações abriria espaço para a recomposição acionária na gestão da companhia. Essa foi a sugestão apresentada também pelos funcionários da companhia.
"O ministro José Alencar negou que haja uma disposição do governo em intervir na Varig. O governo não quer trazer para si um problema como este", avaliou o deputado. Ontem, a Infraero manteve as declarações de Carlos Wilson. Na última terça-feira, ele havia comentado que o governo federal não poderia esperar mais para a intervenção.
Fonte: Luciana Otoni - InvestNews