O setor hoteleiro investe anualmente cerca de US$ 8 bilhões na modernização e manutenção das suas unidades, além de reposição de equipamentos e peças. A estimativa foi feita pelo diretor da Equipotel --feira de hospedagem e alimentação--, Marcelo Vital Brazil.
Segundo a diretora de desenvolvimento do grupo Posadas Sudamerica, Viviene Boverio Gomes, as empresas não deixaram de investir na modernização dos hotéis nem mesmo durante a crise de ocupação no setor. "Uma rede não pode deixar desgastar o produto, perder o cliente e depois fazer a reforma. Trazer o cliente de novo para a sua marca, depois de perdê-lo, é caríssimo", disse.
No ano passado, por exemplo, a empresa reformou, modernizou e redecorou os apartamentos do Caesar Park Fortaleza, investindo um total de R$ 3,4 milhões. "A cada 6 e 10 anos é feita uma reforma profunda nos quartos e áreas comuns dos hotéis do grupo. Em 2003, reformamos os apartamentos da unidade de Fortaleza, onde foram investidos R$ 15 mil por apartamento", disse.
Para administrar um investimento dessa magnitude, as redes hoteleiras fazem uma provisão de recurso para futuras reformas e grandes manutenções.
O presidente da Rede Tropical de Hotéis, Agostinho Pereira, disse que o padrão na companhia é aplicar 5% do lucro em um fundo de reserva para reforma. Além desse valor, a empresa investe outros 3% do faturamento em manutenção. "São recursos aplicados em materiais de rodízio, que sofrem grandes desgastes, como toalhas, cama e mesa. São gastos constantes", disse.
Para racionalizar o processo, as empresas planejam a arquitetura e decoração do hotel de olho nas condições climáticas e de uso. "Não se usa carpete em hotéis no Nordeste. Opta-se por piso frio. Além disso, qualquer produto de madeira precisa de cuidado especial, em decorrência da umidade e da maresia", disse Agostinho Pereira da rede Tropical.
Fonte: Folha de São Paulo