Representantes governamentais e da sociedade civil se reuniram, na manhã desta terça-feira, 21, para avaliar a festa da padroeira da cidade, realizada entre 27 de julho e 5 de agosto. Durante o encontro, eles chegaram a um consenso: o evento cresceu e não cabe mais na área onde vem sendo realizado. Eles decidiram criar um documento, assinado por todas as entidades envolvidas na festa e abalizado pelo Ministério Público Estadual, que estabeleça uma área apropriada e discipline o evento.
Também decidiu-se criar uma comissão mista, com a presença de outros órgãos – como Crea, Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Igreja Católica – para definir, em comum acordo, uma nova formatação para a festa. Os representantes sugeriram a redução da quantidade de barracas (são cerca de 150), de brinquedos de diversões e até da duração do evento. Na opinião da maioria dos representantes das entidades, a festa religiosa deve ser acompanhada, apenas, de uma quermesse (com algumas barracas de alimentaão e brinquedos infantis). Os parques, as barracas com bebidas e os shows musicais deveriam ser transferidos para outra área, que comporte esse tipo de evento.
A reunião foi convocada pelo secretário de Esportes e Turismo, Glauco Morais, que percebeu, durante a realização do último evento, alguns problemas, principalmente, em relação à infra-estrutura do local (Centro Histórico, área localizada nas imediações da Rua General Osório). Participaram do encontro Sônia Maria Gonzalez (Comissão do Centro Histórico), José Alberto Menezes (Iphaep), Fernando Teixeira (Federação do Comércio), José Umbelino (Iphan), Luiz Carlos Stievano (representante dos moradores da área), Félix José de Sousa Filho (Sedurb) e Cristiano Nóbrega (STTrans).
Trânsito caótico, ocupação desordenada de barracas, parques ameaçando a integridade física dos cidadãos e o sufocamento da tradição religiosa foram alguns dos problemas levantados pelos representantes das entidades. Todos concordaram que o evento tomou proporções exageradas que não está agradando os freqüentadores, os comerciantes, os moradores da área e nem os religiosos. "Não há espaço para as pessoas transitarem. O prejuízo para o comerciantes foi quase total, porque as pessoas não têm como chegar ao local", apontou o representante da Superintendência de Transportes e Trânsito – STTrans, Cristiano Nóbrega.
"A solução seria realizar eventos em outros locais da cidade. Poderia haver apresentações culturais no Teatro Santa Roza, shows no Parque de Exposião... Enfim, temos que preservar a tradição da festa, levando em consideração que a cidade cresceu, dando novo redimensionamento ao evento. A cada final de festa, vemos a depredação do nosso patrimônio, seja nas calçadas ou nas fachadas dos casarios. É preciso dar nova formataão à Festa das Neves", defendeu o representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), José Umbelino.
De acordo com o secretário Glauco Morais, dentro de um mês haverá outra reunião com representantes dos órgãos e entidades ligados ao evento, de onde deverá sair um documento contendo as novas diretrizes para a realização da festa. "No próximo ano, o secretário deverá ser outro. Não queremos imprimir um planejamento pessoal para a festa. A intenção é amarrar as sugestões para o melhoramento do evento, com antecedência, porque já vimos que não é possível fazer grandes modificações às vésperas do acontecimento", explicou.
Fonte: Redação Paraíba.com.br e Secom