A Paraíba é um dos Estados brasileiros com maior número de sítios arqueológicos já descobertos por pesquisadores. Embora não haja um controle sobre o número de monumentos pré-históricos existentes no Estado, o Iphaep (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba), assegura que mais de mil sítios já foram confirmados em solo paraibano. Uma riqueza, que por falta de conscientização humana, sofre o risco de desaparecer nos próximos anos.
Seja por falta de esclarecimento, ou por puro vandalismo, muitas pessoas têm danificado as provas de um passado remoto, que pode contar muito não só da história da Paraíba, mas de todo o povo brasileiro. O historiador Washington Luís Alves de Menezes, um dos coordenadores do Programa de Conscientização Arqueológica (Proca), estima que cerca de 10% desses sítios estejam danificados pela ação depredatória do homem.
Corriqueiramente, a entidade, que funciona em Campina Grande e é a única do Estado a atuar em prol da preservação e catalogação dos sítios, recebe denúncias sobre ação de vândalos nesses locais. Para o chefe da Divisão de Sítios Históricos e Ecológicos do Iphaep, Carlos Alberto Azevedo, é difícil manter o controle sobre essas ações porque 90% dos sítios estão situados em propriedades privadas.
O jeito, conforme diz o coordenador do Proca, Vanderley de Brito, é tentar sensibilizar os donos dos terrenos a cuidar dos monumentos arqueológicos, evitando a visitação descontrolada de pessoas que, sem o menor pudor, rabiscam até palavrões e desenhos obscenos sobre gravuras talhadas ou pintadas nas rochas. Apesar de todo o trabalho da instituição, as pichações e outras formas de depredação continuam.
O número de reclamações não é conhecido, mas o Iphaep garante que a maior parte - 60% do total - é dirigida aos municípios do Compartimento da Borborema. Segundo Carlos Azevedo, quando as denúncias são feitas, o Ministério Público é acionado e manda ofício à prefeitura, que comunica o fato ao dono das terras, onde o sítio está localizado.
Como os sítios arqueológicos são considerados patrimônio histórico nacional, podem ter a área de ocupação desapropriada pela União. Nesse caso, a ação é de competência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão federal que atua no controle e reconhecimento de patrimônios históricos no País.
Fonte: Jornal da Paraíba