O ministro da Defesa, José Viegas, confirmou hoje que o governo estuda como uma das alternativas para ajudar a Varig repassar as linhas nacionais hoje operadas pela companhia para a Tam e Gol, como forma de evitar que uma eventual interrupção no atendimento criasse graves problemas no mercado.
A Varig, que tem um déficit de R$ 6,5 bilhões, ficaria operando apenas as rotas internacionais que hoje atende. O ministro comentou a negociação que o governo já está fazendo com a Gol e a Tam durante solenidade de abertura da Semana da Pátria, hoje em Brasília.
A principal preocupação é evitar a interrupção da Varig no mercado internacional, segundo ele, onde a marca já é consolidada. A empresa atende 86,5% das rotas internacionais, entre as empresas nacionais. Sua participação no mercado interno, hoje cerca de 30%, a coloca em segundo lugar, depois da Tam, líder com praticamente 34%.
A Gol, apesar de estar a apenas cinco anos no mercado, já detém 22% do movimento interno. "As duas empresas", disse ainda o ministro, "têm plenas condições financeiras e operacionais de absorver as rotas hoje da Varig", mas, mesmo sem indicar nenhum nome, disse que outras empresas nacionais também estariam interessadas em partilhar a companhia aérea.
O repasse das rotas à Tam e à Gol não descarta, no entanto, confirma outra fonte do Ministério da Defesa, a entrada da Infraero como gestora de um processo de saneamento da Varig. A empresa é credora de mais de R$ 300 milhões à Varig. O BNDES, que estaria reservando R$ 150 milhões para sanear a empresa, teria desistido hoje da operação, segundo essa mesma fonte.
Amanhã deve ser finalizado o processo de indenização que a Varig pede à Justiça, por causa do congelamento de passagens entre 1985 e 1992. O valor da indenização chega a R$ 2 bilhões.
Fonte: Panrotas