O La Cumbre terminou hoje em Orlando, véspera de 11 de setembro. Há três anos, o mundo assistia, atônito, aos terríveis atentados terroristas de 2001 em Nova York, que mudaram o mundo e tiveram efeitos devastadores sobre a atividade turística. Três anos depois, no entanto, a indústria começa a dar sinais de recuperação nos Estados Unidos. O fluxo entre o Brasil e os EUA volta a se aproximar dos índices de 2001, quando entraram no país 550 mil brasileiros.
A previsão da Travel Industry Association of America (TIA) é de que cerca de 450 mil brasileiros visitem os Estados Unidos este ano. Resultado superior aos 410 mil brasileiros em 2002 e dos 350 mil visitantes tupiniquins em 2003. Mas ainda longe dos recordes de 1998 e 2000, quando os norte-americanos receberam 920 mil e 730 mil brasileiros respectivamente.
O número de brasileiros no primeiro semestre de 2004 cresceu nada menos que 18,6% em relação ao ano passado, acima da média de crescimento de entradas nos EUA, que subiram 16%. E também acima dos 8% previstos pela TIA para o País no início do ano. Tirando o México, o Brasil é líder na América Latina, com 182 mil turistas enviados aos EUA até junho. A continuar nesse ritmo e sabendo que o segundo semestre é sempre melhor que o primeiro, o mercado brasileiro espera mesmo atingir a marca de meio milhão de turistas para o país.
As empresas aéreas em todo o mundo também passaram por processos de enxugamento, reorganização, concordatas e encerramento de operações. A United Airlines, uma das gigantes norte-americanas, entrou no Chapter 11, assim como a Air Canada. Esta semana, a Delta anunciou a necessidade de cortar US$ 5 bilhões de seus custos ao ano. Air France e KLM se uniram na Europa, a Alitalia ainda busca caminhos para a crise. Swissair encerrou atividades e nasceu a Swiss. No Brasil, a Transbrasil deixou de operar em dezembro de 2001. E, nesse processo, as empresas aéreas low cost se fortaleceram. Algumas nasceram das empresas tradicionais, como a Ted, da United, e a Tango, da Air Canada.
Outro resultado imediato dos atentados de 2001 e que complicaram a vida dos viajantes foram as mudanças com a segurança. Alguns países, cujos passageiros não precisavam de vistos para entrar nos Estados Unidos, passaram a ter de dispor da autorização. Até os participantes do Visa Waiver Program (VWP), que não precisam de vistos, têm de cumprir exigências para entrar nos EUA. Em Chicago, primeiro mercado-teste, visitantes já estão passando por máquinas onde registram suas digitais na saída, a fim de comprovar que o passageiro que sai é o mesmo que entrou.
Os brasileiros, que já necessitavam de vistos, viram mudar os procedimentos, quando todos os novos solicitantes tiveram de, necessariamente, passar por entrevistas nos consulados. Também houve mudanças quanto aos vistos de trânsito, o que fez com que as rotas para a Ásia via Europa fossem fortalecidas.
Logo após a mudança, a American Airlines disse que, com a necessidade de visto de trânsito para vôos que fazem escala em solo americano, a empresa aérea perdia uma média de dois mil passageiros por mês. Ainda assim, no mês passado, a companhia comemorou a retomada de 47 vôos por semana entre Brasil e EUA, apenas dois a menos que antes dos atentados.
Fonte: Panrotas