Fontes: Globo Online/ EFE
GENEBRA - O volume de tráfego aéreo internacional no início de 2005 cresceu em todo o mundo, exceto nos países que margeiam os oceanos Pacífico e Índico, atingidos pelas ondas gigantes no fim de dezembro, segundo informações divulgadas pela Iata (Associação para o Transporte Aéreo Internacional, na sigla em inglês). A indústria registrou aumento de 7,9% no transportes de passageiros em todo o mundo em janeiro de 2005 em relação ao mesmo mês de 2004. Segundo estimativas do diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani este ano o tráfego áereo de passageiro pode aumentar cerca de 5,9%, embora a alta persistente do combustível de aviação possa representar um obstáculo.
- Estamos diante de um grande início de 2005. Há um crescimento mais forte que o esperado, exceto na região asiática que sofreu o impacto do maremoto de dezembro - afirmou o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani.
O desempenho do mês de janeiro foi considerado animador nos quatro cantos do mundo, à exceção da região de Ásia-Pacífico, que apresentou crescimento de 2,5%, após o maremoto que causou cerca de 220 mil mortos, entre cinco milhões de pessoas afetadas em 11 países. A América Latina teve o maior crescimento, com 15% de aumento no tráfego de passageiros, enquanto na América do Norte o crescimento foi de 11,8%; no Oriente Médio, 10,7%; na Europa, 9,9%; e na África, 9,4%.
A Iata considera que as empresas aéreas da Europa, do Oriente Médio e da Ásia-Pacífico estão melhorando seus resultados, enquanto que as empresas dos Estados Unidos "enfrentam severas dificuldades, especialmente no âmbito doméstico":
"A reorganização da capacidade nacional dos Estados Unidos ante as rotas internacionais e a contínua debilidade do dólar são os responsáveis pelo tráfego aéreo das transportadoras norte-americanas ter aumentado 11,8%", frisou a Iata em comunicado distribuído nesta segunda-feira.
O diretor-geral da Iata alertou para a tendência atual das empresas de se voltarem para a regionalização, afirmando que esta estratégia não deve ser vista como "uma panacéia para os problemas do setor", afirmando que há muitos problemas políticos em torno da regulação do setor.
Com relação a fevereiro de 2005, o dirigente da Iata indicou que há elementos potencialmente desastrosos para o setor, referindo à decisão da União Européia de por em vigor novas regras em favor da compensações aos viajantes em casos de atraso e cancelamento de vôos. A decisão, segundo Bisignani, "aumenta os custos e a complexidade de uma indústria que está tentando reduzí-los para servir melhor aos consumidores".
O representante das companhias aéreas também criticou as propostas de alguns políticos para introduzir novos impostos sobre os bilhetes aéreos. A sugestão foi feita pelo presidente da França, Jacques Chirac - durante o Fórum de Davos - sobre a possibilidade de reunir fundos em favor do desenvolvimento e para erradicar enfermidades como a Aids na África, mediante a aplicação da taxa de um dólar por bilhete. Chirac também se referiu à possibilidade de criar um imposto sobre o combustível utilizado no transporte aéreo ou marítimo, e terminar assim com um regime de exceção, já que o combustível utilizado por estes setores estaria isento de impostos.
Na opinião do diretor da Iata, estas propostas 'ignoram que a aviação financia por completo sua própria infra-estrutura. A indústria começando a se recuperar, apesar dos esforços de alguns reguladores'.