quarta-feira, março 02, 2005

Indústria do turismo começa a apresentar bons resultados ao País

Fonte: Agência Sebrae

BRASÍLIA - A indústria brasileira de turismo está vivendo um momento otimista e promissor. Desde a criação do Ministério do Turismo, em 2003, o setor tornou-se prioridade de governo e das políticas públicas. Pela primeira vez na história do País, a indústria do turismo tem um ministério só para tratar de sua potencialidade.


“O turismo deixou de ser visto apenas como entretenimento ou atividade econômica secundária, periférica”, afirma Vinícius Lages, gerente da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae Nacional. “Temos muito a oferecer aos turistas, não apenas sol e mar. Além da diversidade de atrativos, somos um povo hospitaleiro por natureza, o que é essencial ao sucesso do setor”, ressalta Lages.

Como retorno, o setor de turismo tem também muito a oferecer ao Brasil, como atividade econômica capaz de gerar desenvolvimento, riqueza, emprego, distribuição de renda e cidadania, como poucos setores podem proporcionar, esclarece o gerente. O governo do Estado da Bahia, por exemplo, está comemorando em anúncios o desempenho de seus atrativos no último verão: mais 1,9 milhão de turistas visitaram seus destinos turísticos, no período de dezembro/04 a fevereiro/05.

Segundo dados da Embratur, o número de desembarques nacionais cresceu de 30.742.027, em 2003, para 36.566.885, em 2004 (18,95% a mais); e o de desembarques internacionais foi de 5.375.343 para 6.138.217 (14,19%). Em relação ao mesmo período, houve um superavit de 61% em termos de geração de divisas. O superátivit em 2003 foi de US$ 218 milhões; em 2004, US$ 351 milhões.

Dez anos de experiência e parcerias

O Sebrae trabalha há cerca de 10 anos com o tema. Parceiro das iniciativas governamentais e não-governamentais em prol do desenvolvimento da indústria brasileira de turismo, tem participado ativamente do novo desenho que o setor está merecendo da atual gestão do governo federal.

A instituição tem assento em oito câmaras câmaras temáticas do Conselho Nacional de Turismo, também criado em 2003. São elas: legislação; financiamento e investimento; regionalização; qualificação da super-estrutura; qualificação profissional; infra-estrutura; segmentação; promoção e comercialização.

Os técnicos do Sebrae participaram intensamente da elaboração do Plano Nacional de Turismo, que norteia a Política Nacional de Turismo. Como consequência, o Programa Sebrae de Turismo foi re-escrito para adequar e aliar seus objetivos aos do novo ministério e sua política.

Entre as metas prioritárias do Plano Nacional de Turismo, a serem alcançadas até 2007, figuram: o aumento do fluxo de turistas internacionais até 8 milhões/ano; a geração de divisas de US$ 9 bilhões; a criação de 1,2 milhão de empregos; a elevação para 65 milhões de desembarques em todos os aeroportos brasileiros. Os eixos de atuação do Sebrae também mudaram.

“Estamos direcionando nossos esforços para apoiar o desenvolvimento dos destinos turísticos nos territórios pertencentes aos Arranjos Produtivos Locais (APL’s)”, explica Dival Schmidt, coordenador do Programa Sebrae de Turismo.

Artesanato, gastronomia, cultura, patrimônio, espeleologia, montanhismo, turismo aventura, náutico, rural, entre outros atrativos, são agregados aos projetos de turismo que o Sebrae, por meio de suas unidades estaduais, desenvolve em conjunto com instituições-parceiras. “Sempre partimos do princípio que devemos somar ações, que permitam, efetivamente, o compromisso com o desenvolvimento social e a sustentabilidade”, acrescenta Schimidt.

Uma ampla rede de parceiros está viabilizando a execução de projetos visando a execução do Plano Nacional de Turismo. São integrantes dessa rede: a Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Instituto da Hospitalidade (IH), Associação Brasileira dos Hotéis (Abih), Associação Brasileira de Turismo Rural (Abratur), Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo (Abbtur), Embratur, Sebrae, secretarias estaduais e municipais de turismo, entre outros.

O Sebrae tem contribuído nos APL’s com potencial turístico, por meio da realização de cursos de capacitação em gestão e em empreendedorismo, como também na certificação profissional O Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) é parceiro na capacitação profissional dos trabalhadores do setor.

Desde o ano passado, a metodologia da Geor-Gestão Estratégica Orientada para Resultados, elaborada e adotada pelo Sistema Sebrae, está sendo aplicada nas ações relacionadas aos projetos de turismo. A Geor foi testada como piloto em Bonito (MS), Serra Gaúcha e municípios lindeiros ao Lago de Itaipú (PR).

“Essa metodologia contribui decisivamente para as ações no setor de turismo, pois pactua todos os objetivos, compromete e individualiza as responsabilidades dos parceiros, sejam eles das esferas pública, privada, instituições de pesquisa, ensino ou capacitação”, complementa o coordenador do Programa Sebrae de Turismo.

No momento, estão sendo pactuados e contratualizados os 51 projetos nas 27 unidades da federação, que definirão as ações do Sistema Sebrae no setor de turismo. Os três projetos-piloto já testados com a Geor também integrarão o conjunto de ações. “Os atrativos serão transformados em produtos e vamos trabalhar muito na roteirização dos destinos turísticos”, afirma Vinicius Lages. Num país continental como o nosso, ele enfatiza, a roteirização é fundamental para o deslocamento dos turistas.

No próximo mês de junho, o Ministério do Turismo, Embratur e parceiros realizarão o Salão Brasileiro do Turismo, em São Paulo. O objetivo do evento será o de divulgar e agregar a oferta de novos atrativos, visando o aumento da diversidade de destinos turísticos do País para o público em geral.