quarta-feira, fevereiro 16, 2005

OMT: companhias aéreas de baixo custo favorecerão turismo em 2005

Fonte: Agência EFE

A Organização Mundial de Turismo (OMT) cita a expansão das companhias aéreas de baixo custo como um dos fatores determinantes para que o turismo mundial se mantenha em 2005 dentro da trajetória de alta registrada no ano passado em todos os continentes.

A implantação das companhias aéreas de baixo custo impulsiona as viagens de lazer, segmento que, segundo os especialistas da OMT, sustentará neste ano o crescimento do turismo mundial, enquanto o de negócios continuará em fase de recuperação.

A valorização do euro em relação ao dólar terá um papel importante para a distribuição dos fluxos turísticos durante 2005, pois, de acordo com a OMT, favorecerá as chegadas da Europa a América e Ásia, assim como viagens inter-regionais em ambos os continentes.

O preço do petróleo, que segundo as previsões se manterá neste ano em um nível alto, não terá, no entanto, um grande impacto sobre o crescimento da economia mundial nem sobre o rendimento do setor turístico.

Na Europa, o resultado do turismo está ligado diretamente à economia, cujo crescimento será maior nos mercados emergentes (6,6% na Rússia, 5% na Turquia e 4,7% nos países do leste e do centro) do que na zona do euro, onde superará 2%.

A expansão das companhias de baixo custo continuará beneficiando o turismo inter-regional em destinos tradicionais, como Espanha e Áustria, e nos emergentes, como Eslovênia e Hungria.

Além disso, os especialistas destacam a recuperação do mercados emissores japonês e americano, mas insistem que a forte posição do euro é um obstáculo a um maior desenvolvimento deste tráfego.

O acordo entre União Européia (UE) e China sobre o Estatuto de Destino Aprovado (EDA), com o qual 30 países europeus já contam, trará o tráfego deste novo e dinâmico mercado não só aos destinos europeus tradicionais, mas também aos emergentes, como a Hungria, que começou a ter vôos diretos para o país asiático em agosto de 2004.

O turismo continuará seu crescimento na Turquia porque combina produto e preço atrativos, enquanto a evolução da situação política nos territórios palestinos continuará sendo determinante para o resultado em Israel, onde se espera que a privatização da companhia aérea estatal El-Al aumente a concorrência e reduza as tarifas aéreas.

Na América, a recuperação econômica dos EUA e a fraqueza do dólar favorecerão neste ano o turismo dentro do continente, especialmente para o sul, e para Ásia e Pacífico, além da chegada de turistas europeus.

No Caribe, a expansão das companhias aéreas de baixo custo com base nos EUA e o desenvolvimento da indústria de cruzeiros ajudarão a fechar este ano com bons resultados O Caribe pode se beneficiar de uma parte do tráfego desviado do Oceano Índico pelo tsunami, mas Cuba enfrenta as restrições que os EUA impuseram aos cidadãos cubanos residentes no país para viajar à ilha. No entanto, as boas relações entre Cuba e UE podem compensar a perda do fluxo a partir dos EUA.

Segundo a OMT, em Ásia e Pacífico novas rotas e companhias de baixo custo impulsionarão o tráfego inter-regional, para o que contribuirão também a abertura em fevereiro do novo aeroporto na cidade japonesa de Nagóia, a inauguração da Disney em Hong Kong em setembro e a quarta edição dos Jogos do Leste Asiático em Macau nos meses de outubro e novembro.

Quanto a África e Oriente Médio os especialistas prevêem resultados positivos em Egito, Marrocos e Tunísia, devido à sua vantagem competitiva em termos de qualidade/preço no segmento de sol e praia.

A África do Sul espera melhorar o resultado turístico deste ano graças ao aumento da capacidade aérea (especialmente nas rotas que saem da Europa) e ao EDA assinado entre China e oito países africanos (Etiópia, Quênia, Tanzânia, Tunísia, Zâmbia, Zimbábue e Ilhas Mauricio e Seychelles).

Além disso, estes dois últimos destinos se beneficiarão a curto prazo do tráfego desviado dos países atingidos pelo tsunami em dezembro, segundo os especialistas da OMT.