Fonte: Jean Gregório - Jornal da Paraíba
Três propostas para conter o deslizamento da barreira do Cabo Branco foram apresentadas pela prefeitura da capital. Essa foi a primeira discussão com representantes de diversas instituições e entidades ligadas ao meio ambiente no intuito de encontrar uma solução do deslizamento da barreira, que fica localizada no Farol do Cabo Branco, conhecida nacionalmente como o ponto mais oriental das Américas. Estiveram presentes na reunião, o Ibama, comunidade universitária, biólogos e ONGs.
Segundo o secretário de Infra-Estrutura, Fred Pitanga, a primeira proposta apresentada na ocasião foi da gestão passada e previa o “engordamento” da praia, trazendo areia do fundo do mar para a área da falésia e teve o maior custo entre as propostas: R$ 30 milhões. A segunda proposta apresentada tem como finalidade inserir pedras de concretos na vertical no mar, com o objetivo de diminuir a velocidade das ondas e assim amortecer o impacto na base da barreira. A proposta foi cri-ticada pelas entidades ligadas ao meio ambiente por agredir diretamente a fauna marinha, além do custo que seria em torno de R$ 17 milhões. A última, que foi recebida no início deste mês pela prefeitura vinda de uma consultoria, propõe a construção de aterro de gabiões numa altura de quatro metros em torno da falésia.
Fred Pitanga defende pessoalmente, enquanto engenheiro ambiental, a proposta dos gabiões por se tratar do menor custo benefício entre as três propostas apresentadas. O projeto está calculado em torno de três milhões de reais, “além de ser o menos agressivo ao meio ambiente e utilizada no mundo inteiro”, revelou o secretário. Neste projeto está previsto um aterro para inserir 13.800 metros cúbicos de gabiões ao longo de toda falésia e distante de três a quatro metros do pé da barreira para evitar as ações das marés na base onde têm formado crate-ras, provocando a degradação das falésias. O gabião é uma espécie de gaiola feita de arame galvanizado, coberta de PVC e enchidas de pedras graníticas.
Mas Pitanga afirmou que a determinação do prefeito Ricardo Coutinho é levar a discussão para a sociedade de forma mais ampla possível. “Iremos discutir as propostas com a comunidade acadêmica e posteriormente levá-las à sociedade”, apontou.
No momento, o fluxo de veículos está interditado no Farol do Cabo Branco. A prefeitura liberou, no último mês, a circulação apenas para os pedestres. A suspensão do acesso de carros ao farol foi tomada como forma de prevenir novos deslizamentos no trecho. Uma das causas do desmoronamento é a fra-gilidade da barreira, que é formada em grande parte de areia e está sendo castigada pela erosão natural, provocada pelos ventos, marés e chuvas.